terça-feira, 31 de maio de 2011

Foi há 100 anos que a primeira mulher votou em Portugal

Carolina Beatriz Ângelo foi a primeira mulher a votar em Portugal, passam hoje exactamente cem anos. Mas o seu pioneirismo não se revelou só nas urnas, ela foi também a primeira cirurgiã do país.
Carolina Beatriz Ângelo fez da luta pelo direito de voto a sua grande causa, interpretando à letra a lei eleitoral de então, que considerava eleitores os indivíduos maiores de 21 anos que soubessem ler e escrever e chefes de família.
Considerando-se na posse de todos os requisitos, porque tinha ficado viúva (sendo, portanto, chefe de família), Carolina Beatriz Ângelo requereu a sua inscrição como eleitora, o que não lhe foi concedido. Recorreu para os tribunais, que lhe deram razão, sendo-lhe atribuído o direito de voto pelo juiz João Baptista de Castro, pai da escritora Ana de Castro Osório, amiga de Carolina Beatriz Ângelo e com ela dirigente da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas.
Na altura presidente da Associação de Propaganda Feminista (APF), Carolina Beatriz Ângelo avançou para a urna nas eleições para a Assembleia Constituinte de 28 de Maio de 1911, na secção de voto de Arroios, em Lisboa.
O ato pioneiro desagradou ao poder de então, que viria a alterar a lei eleitoral. A legislação de 1913 só reconhecia o direito de voto aos eleitores do «sexo masculino». As mulheres só viriam a reconquistar o direito de voto em 1931, mas só as poucas que tinham o liceu ou um curso superior. Mais tarde, outra condição seria imposta: só podiam votar as mulheres que tivessem um determinado rendimento.
Carolina Beatriz Ângelo nasceu na Guarda, em 1877, e licenciou-se na Escola Médica de Lisboa, em 1902, tendo sido a primeira médica portuguesa a exercer e praticar cirurgia. Morreu em Lisboa, aos 33 anos, no mesmo ano em que depositou o voto na urna.
Por ocasião do centenário da República, a agência Lusa entrevistou, em Outubro de 2010, Maria João Fagundes, a bisneta de Carolina Beatriz Ângelo.
A «avó Carolina» – é assim que a ela se referem os próximos – continua a ser uma referência numa família assumidamente republicana.
Uma das histórias que ainda se contam, em tom de brincadeira, diz respeito à bandeira nacional. Relata Maria João Fagundes que um grupo de mulheres republicanas juntou-se em casa de Carolina para, em segredo, costurarem a bandeira. A sua filha, «pequenina», estranhou e perguntou «mamã, o que estão a fazer?». Carolina, atrapalhada, «respondeu a primeira coisa que lhe veio à cabeça» – «estamos a fazer uns bibes para uns meninos do asilo». Resposta pronta da filha de oito anos: «Coitadinhos dos meninos do asilo… esses bibes são tão feios!».
Para comemorar o centenário do voto feminino, a União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) promove hoje um colóquio, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas/Universidade Nova de Lisboa, com a secretária de Estado da Igualdade, Elza Pais, na abertura, às 10h.
Entretanto, o Movimento Democrático de Mulheres (MDM) emitiu um comunicado «relevando a luta e a persistência» de quem se bateu pelo direito de voto das mulheres, só totalmente consignado com o 25 de Abril de 1974.
Simultaneamente, o MDM alerta que hoje a cidadania «não se exerce em plena igualdade» e, «em vésperas de um ato eleitoral de grande significado para o país», apela «às mulheres que exerçam o voto de indignação, de protesto e de afirmação da sua vontade, para travar as desigualdades sociais e de género».

Lusa/SOL

Fonte: http://sol.sapo.pt/inicio/Politica/Interior.aspx?content_id=20357
Dia: 28/05/2011

Linhas de Apoio

Linhas de Apoio

Linha de Apoio à Vítima de Violência Doméstica: 800 202 148
Linha de Apoio à Protecção da maternidade e da paternidade no trabalho e no emprego: 800 204 684
Linha SOS Imigrante e Tráfico de Seres Humanos: 808 257 257 e 218 106 191
 

Ocorrências de Violência Doméstica participadas às Forças de Segurança - 2010

No ano de 2010 foram registadas 31.235 participações de violência doméstica pelas Forças de Segurança: 12.742 pela GNR e 18.493 pela PSP. As denúncias de violência doméstica têm vindo a aumentar em média 12% ao ano, desde que a violência doméstica é crime público. De 2008 para 2009 as denuncias aumentaram 10%, de 2009 para 2010 esse aumento situa-se nos 2%, isto é, menos 8% que no ano anterior.
O aumento de cerca de 2% em 2010 deve-se sobretudo à desocultação do fenómeno nos distritos do Interior do País: Vila Real, Bragança, Castelo Branco, Braga e Santarém, locais onde mais tardiamente este fenómeno se tornou visível e onde têm vindo a ser reforçadas as estruturas de prevenção e intervenção relativamente a situações de violência doméstica.
Apresentamos os dados relativos às ocorrências de Violência Doméstica participadas às Forças de Segurança durante o ano de 2010, segmentados por Distrito, bem como a caracterização da vítima e do agressor, local e hora de ocorrência e tipo de violência doméstica.


VD_participações às forças de segurança_2010. [downdoad pdf] files/icon_PDF_icon.jpg

VD_Relatório Anual_2010_Forças de Segurança [downdoad pdf] files/icon_PDF_icon.jpg

Fonte: CIG

Encontro: Sustentabilidade do Terceiro Sector

O Encontro Sustentabilidade do Terceiro Sector irá decorrer no dia 8 de Junho de 2011, no Auditório da CERCIG - Águeda.
A sustentabilidade do Terceiro Sector constitui uma temática de extrema importância e actualidade, uma vez que muitas Organizações Sociais enfrentam graves problemas a este nível, na tentativa de fazer face aos muitos, e cada vez mais complexos, problemas sociais a que procuram responder.
 
Destinatários
Dirigentes e Quadros Técnicos de Organizações do Terceiro Sector e de Organismos Públicos.
 
Objectivos do Encontro:
- Debater estratégias de acção para o Terceiro Sector, tendo em vista o incremento da sua sustentabilidade, passando necessariamente, pela qualificação das respostas sociais.

- Debater modelos e práticas de sustentabilidade que permitam a maior eficácia e eficiência das Organizações do Terceiro Sector.
 

Fonte: http://www.cerciag.pt/eventos/2011/sustentabilidade/