É uma história de vida, é uma história de vidas, é, no fundo, uma história de amizade. «O Mundo de Lucas», escrito por cinco jovens portadores de deficiência, utentes da Artenave – Atelier, de Moimenta da Beira, é, acima de tudo, o testemunho vivo das capacidades e das competências de cinco pessoas que apenas são diferentes da generalidade.
Em «O Mundo de Lucas», Bruno Ferreira, Cátia Marlene (alter-ego de Catarina Morgado), Maria da Conceição Correia, Michael Viera e Nuno Maciel Gomes (que ainda ilustrou o livro) compõem uma história em que cada um empresta características próprias ao protagonista, que, no fundo, não é mais do que o amigo Bruno Oliveira, que entretanto faleceu.
“A história é um puzzle, cada capítulo é aquilo que cada um juntou à história. No fundo, isto é uma história de afectos…”, afirma Carlos Caixas, director-técnico da Artenave, sublinhando: “E há uma questão muito importante que transpira do livro e que tem que ver com a filosofia da Artenave, que é o que chamo de solidariedade horizontal, ou seja, a solidariedade entre eles”.
É com grande entusiasmo que os cinco autores conversam com o SOLIDARIEDADE e cedo se fica a perceber que as suas vidas e a vida do Lucas têm muitos pontos em comum. Todos saltam facilmente do relato da personagem Lucas para as suas próprias vidas. Cada um relata o que mais gosta de fazer, que por sinal é algo que o Lucas também gosta. Senão vejamos…
“É a história de um rapaz que anda de cadeira de rodas e vivia com os seus pais”, conta Michael, 21 anos, também ele um utilizador de cadeira de rodas.
“Ele gostava muito de futebol e era técnico de futebol… Eu tenho muitos amigos que gostam de jogar futebol”, afirma Bruno, 33 anos, um ferrenho adepto do FC Porto, mas que tem no CDR Moimenta da Beira o amor mais próximo.
Habituados a ultrapassar dificuldades que para os outros não parecem existir, os autores não se coibiram de aliar o futebol e a cadeira de rodas…
Catarina Morgado, aliás Cátia Marlene (“É o meu nome artístico”, afirma sorridente), 42 anos, que é das mais expansivas do grupo e “muito vaidosa”, considera que “foi muito importante escrever o livro, porque há pessoas que podem ter filhos com a deficiência do Lucas e isso é muito importante”. De seguida, descreve-se: “Gosto de conversar com os amigos, adoro escrever poesia, gosto muito de namorar, já namoro há seis anos e acho que vamos casar [fez questão de apresentar ao SOLIDARIEDADE o rapaz em questão], gosto muito de ouvir música, os Queen, Xutos, GNR, Pet Shop Boys, e sou muito bem-disposta”. Curiosamente, mais umas quantas características que encontramos em Lucas ao lermos a sua história.
“Como o Lucas caía muitas vezes, os pais levaram-no ao médico para fazer uma cirurgia”, relata Maria, 48 anos, a mais calada do grupo, mas que sobre si sempre vai dizendo que gosta de “cantar, pintar e de estar com os colegas”.
Nuno, 36 anos, é também o autor das ilustrações. “Eu desenhava e os outros acrescentavam pormenores. O Lucas foi imaginado na minha cabeça e depois desenhei-o”.
“O Lucas gosta de tocar acordeão”, interrompe Michael, cujo “sonho é ver um concerto do Quim Barreiros e autografar os discos”… Porque será?...
“Este livro é uma homenagem ao Lucas, amigo do grupo”, sustenta Cátia Marlene, que mais à frente completaria: “O Lucas fez uma grande viagem de avião e que a história dele sirva de exemplo para muita gente”.
Marize Pereira, técnica de ateliers, sublinha que “o resultado foi uma surpresa e eles envolveram-se mesmo muito”, para concluir: “Foi tudo proveitoso, para eles e para mim”.
Elvira Bernardino, presidente da Artenave, não tem dúvidas sobre os proveitos da iniciativa: “Isto diz também que os deficientes são capazes de fazer o que os outros fazem. São capazes de escrever e de ilustrar um livro… Dantes pensava-se que um deficiente era um inútil e isto vem afirmar o contrário. No livro cada um mostra as suas capacidades e competências…”.
Em expressão plástica, cada um dos cinco autores fez a representação do seu Lucas, emprestando-lhe as características próprias, como o acordeão, a bola de futebol, o caderno e o lápis ou a carteira da moda…
Para além de tudo isto, estes cinco jovens perpetuaram em livro a memória do seu amigo, ao mesmo tempo que espalham aos sete ventos as virtudes da amizade.
Para conhecer a história de Lucas deve… ler o livro, para tal deve contactar a Artenave – Atelier, pelo site www.artenave.org.
Em «O Mundo de Lucas», Bruno Ferreira, Cátia Marlene (alter-ego de Catarina Morgado), Maria da Conceição Correia, Michael Viera e Nuno Maciel Gomes (que ainda ilustrou o livro) compõem uma história em que cada um empresta características próprias ao protagonista, que, no fundo, não é mais do que o amigo Bruno Oliveira, que entretanto faleceu.
“A história é um puzzle, cada capítulo é aquilo que cada um juntou à história. No fundo, isto é uma história de afectos…”, afirma Carlos Caixas, director-técnico da Artenave, sublinhando: “E há uma questão muito importante que transpira do livro e que tem que ver com a filosofia da Artenave, que é o que chamo de solidariedade horizontal, ou seja, a solidariedade entre eles”.
É com grande entusiasmo que os cinco autores conversam com o SOLIDARIEDADE e cedo se fica a perceber que as suas vidas e a vida do Lucas têm muitos pontos em comum. Todos saltam facilmente do relato da personagem Lucas para as suas próprias vidas. Cada um relata o que mais gosta de fazer, que por sinal é algo que o Lucas também gosta. Senão vejamos…
“É a história de um rapaz que anda de cadeira de rodas e vivia com os seus pais”, conta Michael, 21 anos, também ele um utilizador de cadeira de rodas.
“Ele gostava muito de futebol e era técnico de futebol… Eu tenho muitos amigos que gostam de jogar futebol”, afirma Bruno, 33 anos, um ferrenho adepto do FC Porto, mas que tem no CDR Moimenta da Beira o amor mais próximo.
Habituados a ultrapassar dificuldades que para os outros não parecem existir, os autores não se coibiram de aliar o futebol e a cadeira de rodas…
Catarina Morgado, aliás Cátia Marlene (“É o meu nome artístico”, afirma sorridente), 42 anos, que é das mais expansivas do grupo e “muito vaidosa”, considera que “foi muito importante escrever o livro, porque há pessoas que podem ter filhos com a deficiência do Lucas e isso é muito importante”. De seguida, descreve-se: “Gosto de conversar com os amigos, adoro escrever poesia, gosto muito de namorar, já namoro há seis anos e acho que vamos casar [fez questão de apresentar ao SOLIDARIEDADE o rapaz em questão], gosto muito de ouvir música, os Queen, Xutos, GNR, Pet Shop Boys, e sou muito bem-disposta”. Curiosamente, mais umas quantas características que encontramos em Lucas ao lermos a sua história.
“Como o Lucas caía muitas vezes, os pais levaram-no ao médico para fazer uma cirurgia”, relata Maria, 48 anos, a mais calada do grupo, mas que sobre si sempre vai dizendo que gosta de “cantar, pintar e de estar com os colegas”.
Nuno, 36 anos, é também o autor das ilustrações. “Eu desenhava e os outros acrescentavam pormenores. O Lucas foi imaginado na minha cabeça e depois desenhei-o”.
“O Lucas gosta de tocar acordeão”, interrompe Michael, cujo “sonho é ver um concerto do Quim Barreiros e autografar os discos”… Porque será?...
“Este livro é uma homenagem ao Lucas, amigo do grupo”, sustenta Cátia Marlene, que mais à frente completaria: “O Lucas fez uma grande viagem de avião e que a história dele sirva de exemplo para muita gente”.
Marize Pereira, técnica de ateliers, sublinha que “o resultado foi uma surpresa e eles envolveram-se mesmo muito”, para concluir: “Foi tudo proveitoso, para eles e para mim”.
Elvira Bernardino, presidente da Artenave, não tem dúvidas sobre os proveitos da iniciativa: “Isto diz também que os deficientes são capazes de fazer o que os outros fazem. São capazes de escrever e de ilustrar um livro… Dantes pensava-se que um deficiente era um inútil e isto vem afirmar o contrário. No livro cada um mostra as suas capacidades e competências…”.
Em expressão plástica, cada um dos cinco autores fez a representação do seu Lucas, emprestando-lhe as características próprias, como o acordeão, a bola de futebol, o caderno e o lápis ou a carteira da moda…
Para além de tudo isto, estes cinco jovens perpetuaram em livro a memória do seu amigo, ao mesmo tempo que espalham aos sete ventos as virtudes da amizade.
Para conhecer a história de Lucas deve… ler o livro, para tal deve contactar a Artenave – Atelier, pelo site www.artenave.org.
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