Lusa
Crime CIG quer saber por que razão vítimas de violência doméstica não apresentam queixa
Só um terço do total de casos de violência doméstica chega às autoridades policiais, e poucos são os agressores condenados, de acordo com estimativas da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG).
Estes números levam a CIG a defender a necessidade de perceber porque é que tantas vítimas não apresentam queixa.
Contactada pela agência Lusa, a coordenadora do núcleo da violência doméstica e violência de género da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG) sublinhou que, com base em estudos europeus, "apenas um terço da criminalidade deste tipo é participada às polícias".
"Do universo todo da criminalidade realmente ocorrida, estima-se que apenas um terço chegue às polícias, depois, desse um terço, todo o processo de investigação, transitar para o Ministério Público, é um funil que vai ficando cada vez mais estreito", apontou Marta Silva em declarações à agência Lusa.
De acordo com a responsável, dados de Julho de 2012, sobre pessoas presas por crime de violência doméstica, existem 70 pessoas em prisão preventiva a aguardar julgamento e 192 condenadas, num total de 262 a cumprir pena de prisão.
"Se tivermos em conta o universo das queixas, que anda à volta das 30 mil anuais, não é preciso ser brilhante a estatística ou a matemática (...) E se estimarmos que estas 30 mil que chegam às polícias são elas próprias apenas um terço da criminalidade total, quantas não serão no total?", questionou.
Notícias ao Minuto de 06/09/2012
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