segunda-feira, 6 de agosto de 2012

A Fundação ADFP humaniza cuidados a doentes mentais graves e cria 40 postos de trabalho

Prestes a completar 25 anos ao serviço da solidariedade, a Fundação ADFP, não só adquiriu larga experiência no âmbito do apoio à doença mental, como tem sido inovadora na humanização dos cuidados a doentes mentais graves, investindo na sua integração e reabilitação. Este trabalho tem merecido o reconhecimento por parte de entidades privadas e publicas de âmbito nacional.
 A Fundação ADFP não só quer prestar apoio com qualidade, acima dos padrões nacionais, como investir na bondade dos cuidadores.

Três Prémios, reconhecimento nacional
Em 2010 a Fundação ADFP obteve o 1º Premio Nacional com o Projeto ≠/=Mente , destinado a doentes mentais graves, nos Prémios Hospital do Futuro. Este reconhecimento nacional deveu-se à aposta na integração de diferentes valências que tivessem em conta as especificidades das pessoas com doença mental.
Já em 2012 o Secretário de Estado da Saúde, Dr. Fernando Leal da Costa visitou a instituição tendo elogiado perante a comunicação social o trabalho desenvolvido com doentes mentais pela Fundação ADFP. Este membro do Governo salientou a existência de um nível de humanização de cuidados muito acima do possível nas estruturas do SNS (Serviço Nacional de Saúde) e idêntico ao das melhores experiências internacionais.
Recentemente a Fundação ADFP recebeu o 1º Prémio Nacional Damião de Góis, atribuído pela Embaixada do Reino dos Países Baixos em colaboração com o Instituto Português de Corporate Governance, a nível do empreendedorismo social, pelo Projeto Parque Biológico da Serra da Lousã, onde pessoas com deficiência e doença mental são integradas num projeto terapêutico que concilia a natureza e a biofilia com o apoio social.
Projeto que na sua génese, enquanto “Projeto Quinta da Paiva” em parceria com o Município de Miranda do Corvo, em 2007 recebeu o 1º Prémio Nacional, na categoria de Investimento Humano, do European Enterprise Awards.
 A pessoa com doença mental grave não pode ser enquadrada em estereótipos, redutores da sua individualidade, pelo que a Fundação ADFP desenvolveu respostas residenciais, emprego protegido, atividades ocupacionais, fórum sócio-ocupacional, formação profissional e apoio domiciliário adequado às limitações e potencialidades de cada doente.
As respostas residenciais adaptam-se às necessidades de cada pessoa com doença mental, rompendo com respostas hospitalares, asilares, com grades nas janelas.

Catorze anos de experiencia com doença mental
Já em 1998 a Fundação ADFP criou com o Hospital Sobral Cid e o Centro Distrital de Solidariedade e Segurança Social de Coimbra um Fórum Sócio-Ocupacional.
Em 2000 a Fundação ADFP criou a primeira Residência Assistida do país, destinada a pessoas com doença de Alzeimer/ demências senis e pré-senis.
A Fundação ADFP aposta desde 2004 no desenvolvimento de Unidades de Vida Apoiada em parceria com a Clínica Psiquiátrica dos HUC (Hospital da Universidade de Coimbra) e o Centro Distrital de Solidariedade e Segurança Social de Coimbra.
 Infelizmente a crise económica do País levou a que, em Dezembro de 2010, no tempo do anterior Governo, a Fundação ADFP tenha sido obrigada a deixar de prestar apoio domiciliário a pessoas com doença mental nos concelhos de Coimbra, Condeixa, Lousã, Miranda do Corvo, Penela e Poiares, serviço que desejamos retomar logo que seja possível. É fundamental criar apoios na comunidade que permitam às pessoas com doença mental grave continuarem integradas, sempre que possível, na sua comunidade. Neste sentido, a Fundação ADFP acalenta a esperança de poder retomar esta resposta domiciliária, pioneira ao nível da região de Coimbra. A equipa do apoio domiciliário funcionava em estreita colaboração com o Serviço de Psiquiatria - Hospitais da Universidade de Coimbra e o Centro Hospitalar Psiquiátrico de Coimbra foi bastante positivo com ganhos em saúde e qualidade de vida para os utentes que dele usufruíam.
Anualmente a Fundação ADFP tem, na sala do cinema de Miranda, promovido importantes seminários para técnicos com particular enfoque nas questões relativas á doença mental
Ao longo dos anos a Fundação ADFP tem assumido a missão de investir em respostas de saúde e sociais adequadas às necessidades das pessoas com doença mental grave pelo que decidiu colaborar com o SNS e com o CHUC no objetivo de pôr fim aos internamentos hospitalares do tipo asilar, com grades nas janelas e portas fechadas, inaceitáveis numa sociedade humanizada segundo os padrões europeus.

 Qualidade e humanização em residências adaptadas
A Fundação ADFP está a colaborar neste esforço de melhoria de cuidados a pessoas com doença mental grave, com redução de custos para o estado.
Desenvolveram-se esforços para garantir a integração em respostas residenciais adequadas às necessidades e características dos cerca de 80 utentes transferidos do Lorvão e Arnes, tendo em consideração as especificidades de cada pessoa.
 Mais de quatro dezenas estão instalados em oito apartamentos habitacionais tipo T3 (Residência Esperança). As pessoas com idade acima dos 75 anos, estão integrados numa resposta tipo lar de idosos e alguns com deficiência motora, amputados e/ou em cadeiras de rodas, numa residência adaptada às suas limitações (Residencial Coragem). Os doentes com maior nível de dependência em consequência da doença mental estão instalados na Residência Igualdade para transmitir a todos que podemos ser muitos diferentes, mas sempre igualmente pessoas merecedoras de todo o carinho e apoio.
A instituição está a concluir as obras de reabilitação da Residência Cruz Branca onde poderá vira a alojar outros utentes.

Criados 40 postos de trabalho
 Todas estas respostas integram-se no concelho de Miranda do Corvo, nas freguesias de Miranda, Rio-de-Vide e Semide.
 Estes investimentos da Fundação ADFP, importantes ao nível do apoio aos mais necessitados entre os necessitados, têm também a virtualidade de criar trabalho e oportunidades para desempregados e jovens recém-licenciados.
A Fundação ADFP, com estas respostas criou 40 postos de trabalho, na lavandaria, transportes, secretaria, cozinha, auxiliares de serviços gerais, empregados de quarto e enfermaria, vigilantes, animadores, enfermeiros, técnica de serviço social, psicóloga. Os doentes têm ainda consultas médicas semanais de clinica geral e de psiquiatria, incluindo regime de chamada diariamente.

Envolver as famílias e quebrar distanciamentos
A qualidade dos serviços prestados ganhará com o envolvimento das famílias, aproximando os familiares dos seus doentes mentais, tentando que se atenuem eventuais distanciamentos criados por longas institucionalizações do tipo asilar.
 O SNS, e o Estado português, sabem que vão apoiar estas pessoas com melhor qualidade e com uma significativa redução dos custos, graças á Fundação ADFP, que assumiu esta responsabilidade por concurso público, apresentando o preço mais baixo e a melhor proposta em termos de qualidade.
Esta qualidade de serviço e humanização de cuidados, assente numa excelente relação custo/benefício, só é possível porque a Fundação ADFP é uma instituição sem fins lucrativos, de reconhecido interesse público, que não remunera o capital investido, não paga dividendos a acionistas que não existem, nem paga ordenados excessivos a administradores. Recordamos que toda a administração da Fundação ADFP é feita em regime de voluntariado, sem remuneração.

A Fundação ADFP deseja sempre fazer melhor pelo que ambiciona, com uma maior experiência dos seus colaboradores e mais formação, subir a qualidade e humanização já alcançada, sendo importante envolver as famílias das pessoas com doença mental. 

Fonte:
Presidente do Conselho de Administração da ADFP
Jaime Ramos

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