Considera-se a exclusão social, essencialmente como | |
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Desse modo, a exclusão social pode implicar privação, falta de recursos ou, de uma forma mais abrangente, ausência de cidadania, se, por esta, se entender a participação plena na sociedade, aos diferentes níveis em que esta se organiza e se exprime: ambiental, cultural, económico, político e social. Daí que a exlusão social seja necessariamente multidimensional e se exprima naqueles diferentes níveis (ambiental, cultural, económico, político e social), não raramente sendo cumulativa, ou seja, compreendendo vários deles ou mesmo todos. De outra forma, pode-se dizer que a exclusão social se exprime em 6 dimensões principais do quotidiano real dos indivíduos, ao nível: - do SER, ou seja da personalidade, da dignidade e da auto-estima e do auto-reconhecimento individual; - do ESTAR, ou seja das redes de pertença social, desde a família, às redes de vizinhança, aos grupos de convívio e de interacção social e à sociedade mais geral; - do FAZER, ou seja das tarefas realizadas e socialmente reconhecidas, quer sob a forma de emprego remunerado (uma vez que a forma dominante de reconhecimento social assenta na possibilidade de se auferir um rendimento traduzível em poder de compra e em estatuto de consumidor), quer sob a forma de trabalho voluntário não remunerado; - do CRIAR, ou seja da capacidade de empreender, de assumir iniciativas, de definir e concretizar projectos, de inventar e criar acções, quaisquer que elas sejam; - do SABER, ou seja do acesso à informação (escolar ou não; formal ou informal), necessária à tomada fundamentada de decisões, e da capacidade crítica face à sociedade e ao ambiente envolvente; - do TER, ou seja do rendimento, do poder de compra, do acesso a níveis de consumo médios da sociedade, da capacidade aquisitiva (incluindo a capacidade de estabelecer prioridades de aquisição e consumo). A exclusão social é, portanto, segundo esta leitura, uma situação de não realização de algumas ou de todas estas dimensões. É o “não ser”, o “não estar”, o “não fazer”, o “não criar”, o “não saber” e/ou o “não ter”. Esta formulação permite ainda estabelecer a relação entre a exclusão social, entendida desta forma abrangente, e a pobreza, que é basicamente a privação de recursos (exprimindo-se nomeadamente ao nível da exclusão social do fazer, do criar, do saber e/ou do ter), ou seja uma das dimensões daquela. |
domingo, 31 de outubro de 2010
As dimensões da exclusão social
Citando o Prof. Rogério Roque Amaro
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Ainda de acordo com o Prof. Rogério roque Amaro existem cinco pressupostos para sairmos da crise, eles são:
ResponderEliminar- Democracia Participativa;
- Solidariedade;
- Co-responsabilidade;
- Criatividade;
- Conjugar a eficiência com a eficácia.
Missão complicada...mas possível...depende de cada um de nós.
A Pobreza e a Exclusão Social acentuaram-se com a crise.
ResponderEliminarA Pobreza (conceito multidimensional) implica a falta de rendimentos, privação na satisfação das necessidades básicas, o não acesso aos recursos fundamentais à vida humana(emprego, saúde, habitação, educação, ambiente...).
Lutar contra a Pobreza e a Exclusão Social é diferente de lutar contra a privação. A Exclusão Social pressupõe a ruptura dos laços sociais (isto é um índividuo pode estar integrado profissionalmente e ser excluído atendendo à fragilidade/inexistência dos laços sociais - ruptura com a família, colegas de trabalho, vizinhança...).
Compete a todos nós, sobretudo àqueles que se encontram em situação de pobreza e/ou exclusão (ou a partir destes), activarmos competências (capacitação) e promovermos a inserção, a partir da sociedade e das suas organizações (nomeadamente: melhorando as políticas; tornando os recursos mais acessíveis e evitando os custos com o rivalismo). Desta forma estamos a potenciar a inclusão.
Assim, da junção da inserção e da inclusão, emerge a integração sistémica, isto é a coesão social.