Migrar e trabalhar. A conjugação destes dois verbos da pior forma possível, acontece, ainda hoje, e chama-se tráfico de seres humanos. (Vídeo no final do texto)
O tráfico e o contrabando de pessoas acompanha a humanidade desde que se cercaram espaços e se criaram fronteiras entre países.
Enquanto a escravatura - e o tráfico de pessoas associado a ela - gerou fortes movimentos de contestação que levaram à sua abolição em finais do século XIX, os actos de contrabando nem sempre constituíram uma fonte de preocupação.
As atitudes dos estados começaram a mudar apenas desde o fim da Guerra Fria, quando confrontados com o forte crescimento das imigrações ilegais e o aparecimento de novas formas de tráfico e contrabando a nível mundial.
O tráfico de pessoas é considerado uma das actividades mais lucrativas, perdendo apenas para o tráfico de drogas e de armas. O lucro anual produzido com esse tipo de tráfico chega a 31,6 biliões de dólares, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT). A entidade estima também que 43% dessas vítimas sejam recrutadas para exploração sexual e 32% para exploração económica.
O tráfico de pessoas é um fenómeno complexo que se verifica em todos os países do mundo. As vítimas são seduzidas pelo sonho de um emprego melhor pago, ou uma vida segura e estável, em que a guerra não faça parte do seu quotidiano.
O esquema é todo pensado para que em nenhum momento o aliciado desconfie do aliciador. Estes procuram conhecer as suas vítimas e saber o que lhes agrada, quais são seus sonhos e a partir disso oferecem oportunidades irresistíveis e rentáveis.
Através de promessas falsas, anúncios enganosos, e explorando a sua vulnerabilidade, os recrutadores atraem e convencem as vítimas. Geralmente aparentam ser pessoas de confiança, apresentando-se como empregados de agências de emprego/estudo/viagem/modelo, ou podem até ser um vizinho, um familiar ou um colega de escola.
Os trabalhos exercidos pelos aliciados incluem a prostituição forçada, pornografia, tráfico e venda de droga, trabalhos manuais na agricultura e na indústria, mendicidade, servidão doméstica, dentre outros.
A vítima do tráfico humano, seja homem, mulher ou criança, é escravizada e privada de seus direitos mais básicos. À chegada, as vítimas são confinadas a um local fechado, privados dos seus documentos de identificação, ameaçadas de que caso recusem colaborar, eles próprios ou algum familiar, poderá sofrer consequências graves. O direito a fazer as suas próprias escolhas e a controlar o seu corpo, o direito à sua liberdade, são-lhes retirados, pondo em causa a Declaração Universal dos Direitos Humanos, - o artigo III que diz que "Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal" e o IV que dispõe sobre a questão do tráfico em si.
Lutar contra as regras de um "jogo sem regras" como é o caso do tráfico de seres humanos, para garantir um mínimo de dignidade a milhões de pessoas é uma tarefa árdua, mas tão necessária como no tempo dos abolicionistas, que lutaram contra o tráfico transatlântico e a sociedade esclavagista.
Fonte: Expresso 11-11-2010
O tráfico e o contrabando de pessoas acompanha a humanidade desde que se cercaram espaços e se criaram fronteiras entre países.
Enquanto a escravatura - e o tráfico de pessoas associado a ela - gerou fortes movimentos de contestação que levaram à sua abolição em finais do século XIX, os actos de contrabando nem sempre constituíram uma fonte de preocupação.
As atitudes dos estados começaram a mudar apenas desde o fim da Guerra Fria, quando confrontados com o forte crescimento das imigrações ilegais e o aparecimento de novas formas de tráfico e contrabando a nível mundial.
O tráfico de pessoas é considerado uma das actividades mais lucrativas, perdendo apenas para o tráfico de drogas e de armas. O lucro anual produzido com esse tipo de tráfico chega a 31,6 biliões de dólares, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT). A entidade estima também que 43% dessas vítimas sejam recrutadas para exploração sexual e 32% para exploração económica.
O tráfico de pessoas é um fenómeno complexo que se verifica em todos os países do mundo. As vítimas são seduzidas pelo sonho de um emprego melhor pago, ou uma vida segura e estável, em que a guerra não faça parte do seu quotidiano.
O esquema é todo pensado para que em nenhum momento o aliciado desconfie do aliciador. Estes procuram conhecer as suas vítimas e saber o que lhes agrada, quais são seus sonhos e a partir disso oferecem oportunidades irresistíveis e rentáveis.
Através de promessas falsas, anúncios enganosos, e explorando a sua vulnerabilidade, os recrutadores atraem e convencem as vítimas. Geralmente aparentam ser pessoas de confiança, apresentando-se como empregados de agências de emprego/estudo/viagem/modelo, ou podem até ser um vizinho, um familiar ou um colega de escola.
Os trabalhos exercidos pelos aliciados incluem a prostituição forçada, pornografia, tráfico e venda de droga, trabalhos manuais na agricultura e na indústria, mendicidade, servidão doméstica, dentre outros.
A vítima do tráfico humano, seja homem, mulher ou criança, é escravizada e privada de seus direitos mais básicos. À chegada, as vítimas são confinadas a um local fechado, privados dos seus documentos de identificação, ameaçadas de que caso recusem colaborar, eles próprios ou algum familiar, poderá sofrer consequências graves. O direito a fazer as suas próprias escolhas e a controlar o seu corpo, o direito à sua liberdade, são-lhes retirados, pondo em causa a Declaração Universal dos Direitos Humanos, - o artigo III que diz que "Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal" e o IV que dispõe sobre a questão do tráfico em si.
Lutar contra as regras de um "jogo sem regras" como é o caso do tráfico de seres humanos, para garantir um mínimo de dignidade a milhões de pessoas é uma tarefa árdua, mas tão necessária como no tempo dos abolicionistas, que lutaram contra o tráfico transatlântico e a sociedade esclavagista.
Fonte: Expresso 11-11-2010
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