sábado, 12 de fevereiro de 2011

Aparafusou a porta para mulher morrer

V. N. Gaia: Professora primária assassinada pelo marido em casa

Aparafusou a porta para mulher morrer

As agressões físicas por parte do marido eram constantes e os insultos tornaram-se diários. Mas, o que mais doía a Anabela Batalha, uma professora de 44 anos, era ver os filhos, de 8, 10 e 17 anos, serem também espancados.


A 10 de Julho do ano passado saiu da casa, em Arcozelo, Vila Nova de Gaia. Voltou cinco dias depois e acabou esfaqueada sete vezes pelo marido na lavandaria. Após cometer o crime, José Baptista, de 43 anos, aparafusou a porta da divisão e deixou Anabela a morrer. Começa a ser julgado dia 3 de Março.
Segundo a acusação a que o CM teve acesso, Anabela e os filhos eram agredidos há vários anos. Bastante violento, José, que se encontra em prisão preventiva, espancava quase diariamente a mulher e os menores. A 10 de Julho, voltou a agredir a família, mas desta vez Anabela enfrentou-o. Saiu de casa e nesse mesmo dia o filho mais velho foi à GNR apresentar uma queixa contra o pai. Os militares foram a casa do agressor, aquele foi detido e três dias antes do crime foi ouvido por um juiz de instrução criminal, que o decidiu libertar.
No entanto, nem o envolvimento das autoridades travou José. Durante os dias que se seguiram perseguiu Anabela, que estava refugiada em casa de uma amiga, e tentou convencê-la a todo o custo a regressar a casa. A professora recusou sempre, mas o agressor não desistiu. Horas antes de cometer o crime, surpreendeu a vítima no centro de saúde, onde aquela se tinha dirigido para tratar os ferimentos que tinha, fruto das agressões. José insistiu e convenceu a mulher a ir até casa para conversarem.
Por volta das 11h00, Anabela entrou em casa na rua do Calvário. Enquanto o filho mais velho, de 17 anos, e a amiga carregavam algumas roupas, a mulher dirigiu-se à lavandaria para falar com o marido. José não hesitou. Pegou em duas facas e esfaqueou a mulher sete vezes. De seguida, mudou de roupa e aparafusou a porta com uma máquina, para impedir que fosse salva. Saiu de casa e ainda falou com o filho. "Vou-me embora, podes ficar com a casa." O jovem correu para a lavandaria e ainda ouviu a voz da mãe. Com um pé-de-cabra abriu a porta e encontrou Anabela numa poça de sangue. Morreu minutos depois.

Correio da Manhã de 12 de Fevereiro de 2011

1 comentário:

  1. Avaliação do risco....
    Protecção à(s) (alegadas) vitima(s) enquanto não há uma decisão Judicial...

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